Em Filadélfia

Bebê recém-nascido é encontrado abandonado no norte do TO; VÍDEO

A criança estava enrolada em uma manta e deixada no chão, diante do portão da Secretaria de Infraestrutura.

Bebê abandonado - Divulgação
Bebê abandonado - Divulgação

Um bebê recém-nascido foi encontrado abandonado em frente à garagem da Secretaria de Infraestrutura do município de Filadélfia, no norte do Tocantins, na noite desta quinta-feira, 11. O caso comoveu moradores e reacendeu discussões sobre o abandono de incapazes e os caminhos legais disponíveis para a entrega responsável de crianças à adoção.

Segundo informações da Polícia Militar, o bebê foi localizado por volta das 21h30, após moradores acionarem o serviço de emergência. A criança estava enrolada em uma manta e deixada no chão, diante do portão da secretaria.

O Conselho Tutelar foi acionado imediatamente e acompanhou o bebê até o Pronto Atendimento de Saúde da cidade, onde ele recebeu cuidados da equipe médica e permanece em observação. A mãe da criança ainda não foi identificada, e as autoridades seguem em busca de pistas.

Imagens de câmeras de segurança da região estão sendo analisadas pela Polícia Civil, que agora investiga o caso para entender as circunstâncias do abandono e, eventualmente, localizar a mãe ou responsáveis.

O abandono de recém-nascidos é crime previsto no Código Penal Brasileiro. Entretanto, o país oferece mecanismos legais para que mulheres que não possam ou não queiram criar seus filhos entreguem a criança de forma segura e sem penalidades, resguardando os direitos do bebê e da mãe.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), toda gestante ou mãe em situação de vulnerabilidade pode procurar a Vara da Infância e Juventude, hospitais ou o Conselho Tutelar para manifestar o desejo de entregar a criança para adoção. Essa entrega voluntária não configura crime e é protegida por sigilo, justamente para evitar casos como o abandono em vias públicas, que colocam a vida da criança em risco.

A Defensoria Pública do Estado do Tocantins também orienta que mulheres em conflito com a maternidade busquem ajuda. O objetivo é garantir que o bebê seja acolhido com segurança e que a mãe tenha o e psicológico, jurídico e social necessário.

O que acontece com o bebê agora?

Após os cuidados médicos iniciais, o bebê deve ser acolhido por uma instituição e posteriormente encaminhado ao sistema de adoção, se não houver identificação de familiares aptos a assumir a guarda. O procedimento é conduzido pela Justiça da Infância e Juventude, com o acompanhamento do Ministério Público e do Conselho Tutelar.

Filadélfia, como outros municípios do interior, não possui uma unidade especializada para esse tipo de acolhimento, e o bebê poderá ser encaminhado a uma cidade próxima com estrutura adequada para abrigo temporário.

O que diz a lei

De acordo com o artigo 13 do ECA:

“Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a manter identificação da parturiente e do recém-nascido e proceder à comunicação imediata do nascimento à autoridade judiciária”.

Já o artigo 19-A estabelece:

“A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude, que providenciará o atendimento especializado e garantirá o sigilo sobre a identidade da mãe, se ela assim desejar”.

Caminhos para adoção

Para quem deseja adotar, o primeiro o é se habilitar junto à Vara da Infância e Juventude da sua cidade, apresentando documentação e ando por entrevistas e cursos de preparação. O processo visa garantir que a adoção ocorra de forma legal, segura e com foco no melhor interesse da criança.

O caso de Filadélfia, além da comoção local, reforça a importância da informação e do o aos direitos garantidos por lei tanto às mães quanto às crianças em situação de vulnerabilidade.

Assista ao vídeo

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins